quarta-feira, 6 de maio de 2015

politica atual...artigo


Recomendar Neste segundo artigo sobre o momento político atual, faço algumas reflexões a respeito do projeto político do governo federal do PT e seus aliados (ou seja, da nova e velha burguesia), que, embora alguns afirmem o contrário, é fundamentalmente um projeto capitalista neoliberal, atenuado por políticas públicas compensatórias. E, devido a essas políticas, é chamado também projeto neodesenvolvimentista.alt “No Brasil, o neoliberalismo surge como política de governo sob a presidência de Collor (1990-1992); atinge o seu clímax no PROER (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) e no auge das privatizações durante os governos FHC (1995-2002); e tem seguimento, atenuado por políticas compensatórias, nos governos de Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2014). Em 2015, a crise bate à porta dos brasileiros e as políticas de ‘ajuste’ do governo Dilma apontam para o aprofundamento das políticas neoliberais, com novas perdas de direitos sociais e desidratação das políticas compensatórias” (http://laurocampos.org.br/2015/01/neoliberalismo-estado-de-mal-estar-social/). O PT, até 2002, só fazia alianças com forças políticas situadas no campo democrático popular (de centro-esquerda). Para o partido, essa prática era um princípio sagrado e fazia parte de sua identidade. A respeito desse princípio, o PT não transigia em hipótese alguma. Quando, em nível estadual ou municipal, o princípio era desrespeitado, o Diretório Nacional do PT intervinha imediatamente nos Diretórios regionais e locais. Na campanha presidencial de Lula em 2002, houve uma reviravolta total. Lula foi obrigado a assinar um texto - a Carta aos Brasileiros - no qual prometia que, caso ganhasse a disputa, não tomaria nenhuma medida que representasse grandes mudanças na política econômica brasileira. Foi uma decepção para setores da esquerda, que sonhavam com um outro governo. O PT, querendo ganhar o poder a qualquer custo e com qualquer meio, abandonou o princípio sagrado pelo qual tanto lutou: fazer alianças somente com forças políticas situadas no campo democrático popular. Renegou toda a sua história e fez alianças com partidos políticos de direita e extrema-direita, como o PP (inclusive com Maluf e seu grupo político), o PMDB (inclusive com Sarney e seu grupo político), e outros. Não esqueçamos que Maluf e Sarney foram grandes esteios do golpe civil militar de 1964. Na realidade, o PT (como partido e não necessariamente todos os petistas) se vendeu, traiu os trabalhadores e passou para o outro lado, apoiando e fortalecendo o projeto capitalista neoliberal, embora com algumas políticas públicas compensatórias, para tornar o projeto mais palatável ao gosto do povo. De fato, fazer aliança significa estar unidos na realização de um projeto, mesmo com algumas divergências secundárias. É diferente de um acordo pontual (sobre algum assunto específico) entre dois projetos, que pode ser feito por razões diferentes ou até opostas e que não compromete a substância dos projetos. Os governos do PT de Lula e de Dilma, para garantir a governabilidade capitalista neoliberal, deram, e continuam dando, total apoio aos que detêm o poder econômico. Não taxaram, e continuam não taxando, as grandes fortunas; não tiraram, e continuam não tirando, um centavo sequer dos ricos, a fim de promover uma maior distribuição de renda. Nesses governos, os banqueiros, por exemplo, conseguiram os maiores lucros de toda sua história. Os governos do PT não tiveram, e continuam não tendo, nenhuma preocupação de abrir caminhos novos que levem à mudança de estruturas, à superação, mesmo que a longo prazo, do sistema capitalista neoliberal e à construção de um projeto político popular. As forças políticas que, como o PT e outros, estavam do lado dos trabalhadores e eram comprometidas com o projeto político popular, na prática (mesmo que digam o contrário) se venderam, mudaram de lado e passaram a defender os interesses dos poderosos. Essas forças políticas formam a nova burguesia (a burguesia dos traidores, pior do que a velha burguesia, que sempre foi burguesia). Dizer que existe uma velha burguesia “raivosa” que não se conforma em ter perdido o poder, é uma afirmação equivocada. A velha burguesia não perdeu o poder. Está presente em postos-chave no governo federal atual, aliada à nova burguesia, refém dela. Basta citar o comportamento político recente da presidenta Dilma em relação ao PMDB. É simplesmente vergonhoso e repugnante. No caso, por exemplo, do Acampamento Dom Tomás Balduino, em Corumbá de Goiás, o governo federal foi covarde e totalmente submisso ao poder político do senador Eunício Oliveira. E a nomeação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura? Não são eles legítimos representantes e fiéis defensores da velha burguesia? É verdade que na velha burguesia, como na nova, existem pessoas e facções políticas (partidos) que - embora unidas no mesmo projeto político - têm interesses pessoais e grupais diferentes e até divergentes. A sede de poder é insaciável. Uma facção política ou um partido - como no caso do PSDB em relação às últimas eleições presidenciais - pode lamentar profundamente ter perdido as eleições. Enfim, os governos do PT foram, e continuam sendo, uma grande decepção para todos aqueles e aquelas (pessoas, movimentos populares, sindicatos autênticos e outras entidades) que ainda acreditam num outro Brasil possível e lutam por ele. Lembrando as palavras de Tobias - “pratica a justiça todos os dias de tua vida e não sigas os caminhos da iniquidade” (Tb 4,5) - e manifestando sua preocupação diante do delicado momento pelo qual passa o país - o escândalo da corrupção na Petrobras, as recentes medidas de ajuste fiscal adotadas pelo governo, a crise na relação entre os três poderes da República e manifestações de insatisfação da população - a CNBB declara: “esta situação clama por medidas urgentes. Qualquer resposta, no entanto, que atenda antes ao mercado e aos interesses políticos que às necessidades do povo, especialmente dos mais pobres, nega a ética e desvia-se do caminho da justiça. Cobrar essa resposta é direito da população, desde que se preserve a ordem democrática e se respeitem as instituições da comunidade política”. A CNBB continua dizendo: “diante das suspeitas de corrupção na gestão do patrimônio público, manifestamos nossa firme convicção de que a justiça e a ética requerem uma cuidadosa apuração dos fatos e a responsabilização, perante a lei, de eventuais corruptos e corruptores. Enquanto a moralidade pública for olhada com desprezo ou considerada um empecilho à busca do poder e do dinheiro, estaremos longe de uma solução para a crise vivida no Brasil. A solução passa também pelo fim do fisiologismo político que alimenta a cobiça insaciável de agentes públicos, comprometidos com a manutenção de interesses privados. Urge, ainda, uma profunda reforma política que renove em suas entranhas o sistema político em vigor” (nota da CNBB sobre a realidade atual do Brasil. Brasília, 12 de março de 2015). A reflexão do próximo artigo será sobre a reforma política por meio de uma Constituinte exclusiva e soberana (a mudança estrutural do sistema político). Leia também: Sobre o momento político atual (1) Marcos Sassatelli, frade dominicano, doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP), é professor aposentado de Filosofia da UFG. E-mail: mpsassatelli(0)uol.com.br Recomendar

terça-feira, 5 de maio de 2015

ARTIGO RIO


A ARTIGO Rio Feira de Arte Contemporânea tem o prazer de convidá-lo para sua nova edição ! Final Call for Galleries Applications O prazo é 30 de junho Inscreva-se Aqui! O Rio de Janeiro recebe de 10 a 14 de Setembro de 2014, no Armazém 6 do Porto do Rio, a feira que trouxe para o circuito carioca de arte, uma nova dinâmica de mercado, trazendo novos consumidores e colecionadores, ao focar arte com valores mais acessíveis como perfil principal de negócios, com obras a partir de R$ 500,00, sendo 80% dos trabalhos expostos até R$ 20.000,00 e 20% em valores livres. Agora, em paralelo a ARTRIO e em confluência com o circuito internacional de arte que chega para a abertura da Bienal de São Paulo, a ARTIGO Rio, espera receber 40 mil pessoas em sua próxima edição, já que reuniu 17 mil pessoas em edições anteriores, em seu novo espaço, quatro vezes maior. Sendo mais que um exemplo de sucesso, a ARTIGO Rio foi um momento marcante para todos aqueles que participaram - público, galeristas e artistas, e que temos certeza irá se repetir com ainda mais entusiasmo e a mesma cobertura da imprensa que nos proporcionou mais de 120 reportagens, artigos, notas e entrevistas em todos os meios de comunicação. Com espaços entre 20m2 a 52m2 (e modulações) e preços a partir de R$ 680,00 por m², temos opções para todos e certamente aquela que se encaixa em sua demanda, com estandes que em alguns casos, alcançaram vendas 12 vezes o valor investido pela galeria, o que proporciona uma equação favorável ao público, que pode acessar arte de qualidade a preços incríveis. Por isso, venha você também participar deste evento que transformou a arte em 5 dias de festa, surpresas e bons negócios. Applications abertos em nosso site entre 17/02/2014 a 30/06/2014. Um grande abraço, ARTIGO Rio